...O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no Jardim do Éden (no Paraíso!) para o cultivar e guardar. Deu-lhe este preceito: "Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente"...

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Que halloween que nada, dia 31 é o “Dia do Saci” !!!




O que é uma simples bruxa diante de um chupa-cabra ou de uma mula-sem-cabeça?  E uma abóbora torna-se insignificante diante de uma "carranca".  


Carranca

A verdade é que diante da imposição da mídia das "amebas", temos que engolir uma cultura que não nos pertence e deixamos de conhecer e valorizar o que temos de mais rico que são o nosso folclore e as nossas tradições. Manifestações que evidenciam a enorme criatividade e sabedoria do povo brasileiro.

mula-sem-cabeça

Esta distorção não ocorre apenas no "dia das bruxas" (nome que se encaixaria melhor para denominar os dias fantasmagóricos das sessões no congresso), ocorre também na programação das rádios, das tvs e até mesmo nas festas de peão e de rodeios, onde acontecem apresentações de "country", tecnobrega e outras bagaceiras, mas nunca vemos uma "catira", uma roda de viola, uma ciranda e incrivelmente na maioria das vezes nem a música sertaneja de verdade (ou caipira se preferir).


Chupa-cabra

O Dia do Saci é comemorado junto ao Halloween, no dia 31 de outubro, com o objetivo de sobrepor o folclore brasileiro à cultura internacional. Segundo o Projeto de Lei 2479/2003 da deputada Ângela Guadagnin, que pede a instituição da data nacionalmente, “a intenção deste projeto é ensinar às crianças que o país também tem seus mitos, difundindo a tradição oral, a cultura popular e infantil, os mitos e as lendas brasileiras”.

Ilustração do Saci por Ziraldo


Quem é o saci :
 
O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.
Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num  jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.



O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal. 
Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.



Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras. 
A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.




Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido nas décadas de 1970-80. O saci também aparece em várias momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.

Saiba mais: 



 
Curupira



 
Saci e Boi tata



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